Relacionamentos abusivos



Muito se tem falado nos relacionamentos abusivos. Seja por parte do homem ou da mulher, esse tipo de situação ocorre quando um parceiro anula o outro em sua maneira de ser, seja na forma de vestir, de falar e até mesmo no que fazer. Normalmente, ocorre de forma sutil, em alguns casos, chegando até mesmo a violência física. De início, talvez nem se perceba, são comentários que o parceiro aqui e acolá faz, que se prestar atenção são depreciativos, possuem a ideia de diminuir ou minar a segurança do companheiro. Muitas vezes, nem é feito de propósito, nem o casal se reconhece assim. Em determinados momentos, os papéis se invertem e abusador passa a ser o abusado e o abusado passa a ser o abusador. Mas o que leva alguém a se relacionar dessa forma?

É importante lembrar que falando-se em relacionamento, estamos o tempo todo falando de pelo menos dois que se relacionam e causam em um e outro algo que está circunscrito aquela situação. Um outro casal, poderia fazer diferente, o mesmo parceiro pode ser totalmente diferente para uma outra pessoa. Dito isto, na maioria dos nossos relacionamentos, copiamos e utilizamos as formas de se relacionar que adquirimos na infância, em nossos primeiros relacionamentos, com a mãe e com o pai. E, muitas vezes, projetamos nos parceiros algo que ficou mal resolvido nesses relacionamentos e repetimos, para ver se dessa vez conseguimos elaborar e aprender com essa nova experiência.

Além disso, as relações amorosas em nossa sociedade, foram romantizadas além do ponto; muitas vezes, achamos que amar é sofrer e existem milhões de histórias no cinema ou em músicas em que as pessoas sofrem e choram e no final encontram o seu final feliz. A felicidade, no entanto, é algo que construímos no nosso dia a dia. Em um relacionamento bem-sucedido, o casal aprende a lidar com os altos e baixos da relação, com os defeitos um do outro e sabe que estar junto é uma afirmação constante do compromisso que fizeram em cuidar e respeitar um ao outro. E, por isso, é preciso estar atento ao detalhe que respeitar e compreender o defeito do outro, não é aceitar todo o mau humor ou os xingamentos que o parceiro pode vir a fazer em determinadas situações.

Se você percebe que no seu relacionamento, você e o seu parceiro estão o tempo todo discutindo os mesmo problemas, mas não falam exatamente do que incomoda ou que você se responsabiliza por tudo o que ocorre e se sente culpado a maior parte do tempo, ou pisando em ovos para não irritar o companheiro, se você começa a duvidar da sua própria percepção e calar as suas ideias, se você tem evitado sair sozinho ou se encontrar com seus amigos pois sempre ocorre um problema que acaba em briga com o companheiro, muito provavelmente, o seu relacionamento está lhe fazendo mal, mas se mesmo assim você não consegue sair da relação, não tem problema, procure ajuda. A terapia nesse momento, seja individual ou de casal, pode ajudar a entender o que ocorre que leva este casal específico a vivenciar essa experiência dessa forma.

Existem milhões de coisas que podem ter acontecido na vida pregressa do casal que o faz buscar se relacionar dessa forma, citar ou dar exemplos, pode enviesar muitas vezes a nossa visão e acharmos que só existe aqueles motivos. Na verdade, cada caso é um caso e é preciso se debruçar sobre a história de vida daquele que está envolvido em um relacionamento e que se perde de si mesmo. Na verdade, podemos até perguntar assim: por que será que é tão difícil para algumas pessoas assumirem a sua própria voz, suas ideias? Será que é medo de não serem mais amadas? Medo de perder alguém importante? E, será que percebem que estão se perdendo nesse processo?

Um processo terapêutico nesse caso pode ajudar a compreender todo esse emaranhado de fio que leva ao relacionamento abusivo ou a um relacionamento não tão saudável assim. Se você se reconheceu nesse texto, busque ajuda, não se feche e não tenha medo de enfrentar a jornada do autoconhecimento. 
Você merece mais. Acredite.

Psicologa Rosario Câmara

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