Atendimento Psicanalítico para Crianças



Atendimento Psicanalítico para Crianças 

Está cada vez mais em alta a ideia de que crianças também precisam fazer terapia, seja devido a problemas na escola, ou de socialização, fala atrasada, dificuldades em seguir regras, muita agressividade e diversas outras dificuldades emocionais que podem ocorrer na primeira infância.

Existem várias abordagens terapêuticas que norteiam o trabalho dos psicólogos para cuidar das crianças que chegam até os seus consultórios. A Psicanálise possui um arcabouço teórico que dá conta não apenas dos adultos, mas também do universo infantil. Sigmund Freud, o criador da psicanálise, nunca atendeu crianças, mas teorizou sobre elas. Seus sucessoresestudaram, atenderam e teorizaram bastante sobre as crianças e principalmente sobre o relacionamento mãe-bebê. Dentre os diversos teóricos da psicanálise que estudaram a criança e o seu mundo nós, do Espaço Ísis, destacamos Melanie Klein, uma das primeiras psicanalistas a atender criança, Donald D. W. Winnicott e Françoise Dolto, como norteadores da nossa prática clínica.

O, no nosso Espaço, começa com a escuta dos pais, pois eles são aqueles que trazem inicialmente o problema da criança, e por isso é muito importante que eles sintam-se seguros para conversar e falar sobre a sua vida e a de sua família conosco. Não estamos aqui apenas para escutar e dizer como os pais devem agir com a criança, mas identificar, orientar e juntos compreender o que está dificultando o crescimento emocional de seu filho(a). Os pais devem ver o psicólogo como parceiro e não como um professor. A relação entre pais e filhos é construída no dia a dia, nós, no entanto, atendemos a criança  durante 50 min ou 1h 40min por semana, e, assim, é essencial que os pais participem do processo, se engajem no tratamento de seus filhos(as), pois será com eles, no mundo lá fora, que a criança passará mais tempo. Nós sempre estamos abertas a conversas com os pais, incentivamos que eles se sintam à vontade para nos procurarem quando precisarem e, principalmente no início do tratamento, sempre conversamos pelo menos uma vez por mês com eles para saber como as coisas estão se desenvolvendo e acompanhar também como a criança está, fora do setting terapêutico. Faz parte do processo a visita às escolas, para conversar com professores, acompanhantes terapêuticos e ver que dificuldades a escola está tendo com a criança e seus familiares e traçar projetos terapêuticos em conjunto, visando um cuidado mais amplo para a criança, caso outros profissionais também a estejam atendendo.Estar em contato com eles e construir uma rede de apoio e trabalho em equipe é de fundamental importância. Então, aqui no Espaço Ísis, não conversamos apenas com pais e os demais profissionais em contato com a criança, às vezes, vem avô, avó, tios e irmãos. Uma sessão de psicoterapia não precisa ser necessariamente dolorosa, também pode ser divertida e um momento de interação familiar.

Por isso, acreditamos que é preciso escutar não apenas as queixas, medos e esperança dos pais, como dar voz aos pequenos sujeitos de desejos existentes em cada criança. Acreditamos que este nosso olhar é o diferencial no nosso atendimento clínico, pois proporciona a construção de uma base sólida para que a família construa a sua própria forma de interagir, respeitando o papel e a função de cada um dentro do sistema familiar. Ter um filho que está com dificuldades e que você, como pai ou mãe, não consegue ajudar é muito frustrante e doloroso, então, é preciso que os pais também sejam escutados, fortalecidos e lembrados, como diria Winnicott, que às vezes, naquele momento, com as vivências que eles tinham era tudo o que eles podiam oferecer ao seus filhos e eles fazem o melhor que podem, não precisam se sentir culpados se, depois, pensando com calma vejam outras formas de abordar a situação. Naquele momento, entretanto, era aquilo e o que importa é que os pais possam ser espontâneos com seus filhos e permitam que seus filhos também exerçam sua forma de ser espontaneamente.