O
ciúme patológico
O ciúme é um sentimento
que sempre acompanha os seres humanos. Ao observarmos a criança bem pequena, já
iremos identificar alguns comportamentos que são indícios de medo de perder ou
de dividir algo que é seu objeto de afeição. Quem não recebeu um vídeo que a
criança chora ao perceber o pai se aproximando de sua mãe ou vice-versa? Ou
quando uma outra criança toma o seu brinquedo, o choro e o desespero daquele
que perdeu! Mas de onde vem este sentimento? Como se instala?
Artigos falando sobre
esta matéria são poucos em relação a depressão, ansiedade e outros transtornos.
Ser ciumento muitas vezes é ser visto como alguém que tem zelo e amor
verdadeiro. Entretanto, o amor é um sentimento voltado para o outro que se quer
bem, por isso que a psicologia em geral, percebe essa distorção ciúme/zelo. O
ciúme é um sentimento narcisista em que se tem medo de perde a exclusividade e
posse do parceiro. Existe o ciúme normal, que é transitório e baseado em
fatos. Para existir o ciúme é necessária a triangulação (um terceiro elemento).
Quais as causas?
Está ligado a complexo
de inferioridade e imaturidade afetiva. As causas variam de pessoas para
pessoas e podem ser diversas: comportamento aprendido, álcool, insegurança,
baixa autoestima, falta de confiança em si, e também personalidade.Sim, personalidade.
Ao longo da vida o indivíduo vai constituindo através da experimentação
diárias, seus próprios conceitos. Alguns desenvolvem personalidades de
controle, poucas habilidades sociais e dependência emocional de outrem.
Quando ele é
patológico?
Quando ele passa a
causar angustia, prejuízo e danifica todo um relacionamento. O ciúme patológico
é dividido entre: obsessivo (não psicótico) e delirante(psicótico).
Obsessivo:
é aquele cujo sentimento de angustia é permanente. A pessoa tem a consciência
do seu ciúme exagerado; checa celulares; ligações recebidas; pergunta com quem falou;
para onde está olhando. Muitas vezes quando o outro se cala por algum tempo e o
ciumento pergunta: em “quem” está pensando? Vive numa busca para afastar a quem ama, de
outras pessoas e amigos. Chega a dar vexames em festas, e
aos poucos vai se isolando de grupos sociais, oprimindo em nome do amor e do
zelo, o seu companheiro(a). Tem um comportamento excessivo na busca de
informações sobre possibilidade de suas suspeitas.
Delirante:
Este é marcado por não possuir um motivo real e sim uma absoluta certeza da
infidelidade do outro. É o mais grave e o mais preocupante, pois o indivíduo
fantasia situações. Há uma ruptura da realidade, onde a fantasia é projetada na
vítima desse “amor”, gerando comportamentos violentos. Na literatura temos
casos clássicos, como a “Síndrome de Otelo”, personagem shakespeariano, que
numa crise de ciúmes comete extrema agressão, matando o objeto do seu desejo.
O que fazer?
É importante que as pessoas
tenham informações necessárias sobre o que é ciúme, e a partir de então possam
perceber, avaliando o seu comportamento ou o comportamento de seu
companheiro(a) se estão enquadrados no ciúme patológico. Caso a resposta seja
positiva, a pessoa deve procurar ajuda de um profissional. Em caso de ciúme
Obsessivo e/ou Delirante, Psiquiatra e Psicoterapeuta, pois são aptos a tratá-los
de forma imparcial, possibilitando uma vida dentro da normalidade.
Marinalva
Cavalcanti
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