CONSTIPAÇÃO INTESTINAL


CONSTIPAÇÃO INTESTINAL

Ao longo da história da humanidade, a irregularidade do habito intestinal sempre foi considerada fator de risco à saúde. Na antiguidade existia a ideia de que alimentos apodreciam no intestino, quando aí retidos, sendo fonte de auto-intoxicação e envenenamento. O que ao longo da história gerou grande preocupação com o regularidade da evacuação. A constipação intestinal é definida como menor frequência evacuatória, maior consistência das fezes, associada a desconforto abdominal e esforço para evacuar. Na verdade o habito intestinal é variável para cada indivíduo, não existindo um ritmo padrão, podendo ser normal 2 a 3 vezes ao dia, até 3 evacuações por semana, desde de que a o aspecto das fezes seja normal e não exista esforço para evacuar.

É consenso que a constipação é uma queixa frequente na população, aumentando com a idade, sexo feminino e menor nível sócio-econômico. As causas são múltiplas, que vão desde erros no estilo de vida e alimentares, até doenças intestinais e anorretais, as quais precisam ser diagnosticadas através de uma investigação médica detalhada. Mas felizmente as doenças como causa de constipação são bem menos frequentes e associadas a presença de sinais de alerta ou eventos desencadeantes.

Sem dúvida a chamada constipação funcional é a mais frequente, a qual trata-se de alterações
evacuatórias crônicas. Nesta, a frequência evacuatória pode estar normal, mas os pacientes queixam-se de desconforto para evacuar ou distenção/dor abdominal, podendo haver uma lentificação do trânsito intestinal, com consequente retardo evacuatório, não sendo observada qualquer doença que coloque em risco a saúde do paciente.

Nota-se modo geral, nos pacientes constipados, muitas vezes ocorre uma redução na ingesta hídrica, dieta pobre em fibras e menor atividade física, sendo estes erros, os que devem ser corrigidos pelos pacientes, antes mesmo de iniciar qualquer investigação de alguma doença. Nos pacientes idosos, além destes fatores, observa-se um maior número de doenças, fraqueza muscular e um maior uso de medicações constipantes. É importante caracterizar o tempo de início dos sintomas. Início na infância sugere processo congênito, sem maiores gravidades. Já o início recente, principalmente em paciente idoso pode ser secundário a medicações com efeito constipante, mudança do habito alimentar,
disfunção da tireoide, Parkinson ou processo neoplásico, o qual é diagnosticado através de
colonoscopia.

A investigação por meio de exames específicos está indicada nos casos de constipação crônica sem melhora apesar do adequado uso de fibras, hidratação, atividade física, ou nos casos de início recente associado a dor abdominal com emagrecimento, anemia ou histórico de câncer na família.

Portanto a constipação intestinal é um distúrbio gastrointestinal bastante frequente, muitas vezes refletindo hábitos higieno-dietéticos errôneos que precisam ser corrigidos, ou ser secundário a processos patológicos, medicamentosos ou neoplásicos, cuja a investigação médica é fundamental, para diagnóstico e tratamento adequado.